Newsletter, blog e modalidades de escrita
Desde pequena, o que mais gosto de fazer na vida é escrever. Se você me segue há algum tempo, já deve ter me ouvido/ lido falar disso.
Tive blog no Blogspot, no Wordpress; ora os alimentei com uma frequência decente, ora os deixei abandonados por meses (anos, até!). O que mais gosto de escrever, afinal, são narrativas de ficção, então nem sempre acreditava ter muito o que escrever num blog.
Cheguei a sentir isso em relação à newsletter algumas vezes: queria manter certa frequência sem perder a relevância. No fim das contas, se você está comigo desde a Tinyletter criada no final de 2020, ou se inscreveu depois, para o envio do conto “Apesar de Telepata”, do ponto de vista do Corregedor de Porém Bruxa, eu imaginava que talvez não quisesse ficar me lendo filosofar sobre assuntos aparentados, mas não exatamente derivados da minha escrita ficcional.
Acabei decidindo parar de imaginar e perguntar, e na última newsletter que enviei pela TinyLetter, em 3 de janeiro de 2023, recebi respostas muito carinhosas e encorajadoras. Se você foi uma dessas pessoas, obrigada! Se não foi, não se preocupe; nem sempre a gente tem tempo de parar e deixar comentários. Disso eu entendo bem!
Agora migrei a newsletter aqui para o Substrack, porque tem me parecido uma ferramenta mais legal para estabelecer uma conversa e explorar outras modalidades de escrita além da ficcional e da acadêmica. Vem comigo?
A quantas anda a continuação de Porém Bruxa?
Estou terminando. Já disse isso MUITAS vezes, eu sei, mas é verdade. Cheguei ao capítulo da resolução do caso, e depois desse vem só aquele capítulo de conforto para abaixar o ritmo cardíaco.
Eu já tinha a experiência de escrever uma série de livros. Como boa autora de fantasia, comecei na adolescência com um projeto ambicioso de seis livros, chamado Cidade dos Nobres (uma alta fantasia que tinha o Victor. E a Anna. E alguns conselheiros. E o professor Rossetti. Mas nada de Ísis e seus amigos.). Por esse motivo, eu não imaginava que fosse ter dificuldade de escrever um segundo livro. Completei a escrita dessa série duas vezes!
A experiência que eu não tinha, no entanto, e fez toda a diferença para mim, é o carinho imenso que es leitores de Porém Bruxa têm demonstrado pelo universo e, em consequência, por mim, nos últimos três anos desde a primeira edição (AVEC, 2019). Isso trouxe um senso de responsabilidade diferente do que foi publicar um novo livro não relacionado, como aconteceu com Senciente Nível 5 e com Árvore Inexplicável. É claro que eu não queria decepcionar es fãs de Porém Bruxa, mas a possibilidade de isso acontecer com obras em outros universos me impactou de uma maneira bem diferente. Afetou menos o processo da escrita.
Porém Bruxa continua a ser a obra que mais me traz leitores e mensagens entusiasmadas, e a expectativa da continuação é aquela de reencontrar amigues querides, mais do que apenas personagens num mundo ficcional. Por isso, precisei me afastar um pouco das redes sociais. Cada vez que o enredo me levava a diminuir a participação de alguém de quem es leitores gostam muito, eu pensava em como seria a resposta a isso, em vez de me ater ao que a narrativa pedia. Isso me criou muitas dificuldades e me fez reescrever o começo do livro pelo menos seis vezes, sem nunca ficar satisfeita.
Foi necessário retornar um pouco a quando eu era uma escritora iniciante, sem público e sem editora, escrevendo apenas pela satisfação de escrever. A história é mais honesta assim e, portanto, acaba saindo melhor. Gosto de acreditar que a demora vai compensar; o livro ficou bem maior do que Porém Bruxa e, mesmo tendo elementos semelhantes (afinal, é o mesmo universo), é outro livro, e isso me alegra. Não quero ficar reescrevendo a mesma história. Tenho muitas para contar, muitas mesmo!
Prometi trechinho inédito no Twitter anteontem, então aqui vai. Até agora só postei coisas fofinhas (ou nem tanto hehe) relacionadas ao ship, porque não contêm spoilers. Mas hoje decidi dar uma espiadinha na investigação que amarra o livro.
A vida em Lyon…
Ontem fui ao meu primeiro evento literário em terras francesas: a festa literária de Bron (cidadezinha da Grande Lyon)! Vou postar um pouquinho sobre isso no Tiktok e no Reels, mas queria dizer que foi bem parecido com os brasileiros: uma programação super variada de mesas redondas e uma feira do livro. A diferença maior (fora a língua, óbvio) é que as mesas com livros à venda são só de livrarias, não de editoras.
Temas envolvendo ecologia estão super na moda por aqui e fiquei imaginando Árvore Inexplicável naquelas bancadas. Quem sabia um dia, né?
Comecei a desenhar
Queria ter um hobby que não tivesse relação com meu trabalho. Daí decidi tentar aprender a desenhar.
Isso foi em fins de novembro, quando eu estava bem louca com o NaNoWriMo (desafio de escrever 50 mil palavras em um mês, que eu consegui completar, aliás). De lá para cá, assisti a muitos vídeos, li muito material, comprei livros de desenho e comecei a tentar esboçar coisas. Sou ruim de perspectiva. Nem passei perto de tentar figuras animais/ humanas. Mas o processo de aprendizado é muito gostoso, apesar de às vezes frustrante, e a forma de pensar o desenho é completamente diferente da de pensar a escrita. Então está sendo uma aventura sair da minha zona de conforto!
Só que, como meu cérebro só funciona em termos narrativos, tenho a ambição de criar um webtoon. Adoro demais ler (acompanho UM MONTE) e acho que seria divertido escrever. Fiz um plano para daqui a cinco anos. Será que o formato ainda vai existir? O que vai surgir no caminho? Não sei. Só sei que, como tudo nas áreas criativas, a gente planta sementes, rega, cultiva e reza. Quem sabe, um dia, cresce uma árvore.
Obrigada por ter lido até aqui!
Beijos e até a próxima <3
A gente adora o que você escreve do jeitinho que você escreve, e eu tô pronta pra mais uma canetada ❤️
Amei a aquarela ❤️🥺
Amei isso de vc se afastar das opiniões sobre os personagens pra escrever, a gente ama eles e tem mil ideias, mas eu acho q o autor tem q ~seguir seu coração~ mesmo, eu amo esses personagens pq eles saíram da sua mente, se vc cede e escreve algo q nós queremos os personagens n serão mais os mesmos. E quem disse q as nossas ideias são as melhores, né?! Eu amo ser surpreendida e amo qnd o autor me oferece algo que eu não sabia que era o q eu queria.
Muito legal acompanhar sua adaptação a um novo país e o amor pelo desenho, são detalhes que deixam a gente se sentir mais próximos de vc!