Um ano de ÁRVORE INEXPLICÁVEL
Comemorando um ano do lançamento do meu primeiro livro pela Suma com algumas surpresinhas
Hoje estou mandando essa news para avisar que dia 30 de agosto Árvore Inexplicável, meu terceiro romance, faz aniversário e, para comemorar, a Suma planejou coisas legais, incluindo certos anúncios e promoções 👀Então fique de olho nas redes sociais da editora e nas minhas para não perder as novidades, porque VEM MUITO AÍ! Queria contar tudo, mas não quero estragar a surpresa.
Essa semana vou ter um evento em São Paulo: um bate-papo seguido de autógrafos de Porém Bruxa, cuja nova edição pela Suma (com conteúdos extras) foi lançada em janeiro, quando eu não estava aqui. Fica o convite para você vir me ver.
Por algum motivo o text alt da imagem não tá aparecendo, então resumindo as informações pro pessoal que usa leitor de tela: dia 24 agosto, próxima quinta, às 19h, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho!
Se você já tiver o livro, mesmo se comprado em outro lugar, pode levar, viu? E se quiser levar/ comprar Árvore Inexplicável e/ ou Senciente Nível 5 (AVEC, 2020), eu autografo feliz da vida, mesmo o evento sendo sobre PB.
Estarei na Bienal do Livro do Rio de Janeiro de sexta à tardinha (dia 01/09) até domingo no fim da tarde (03/09). Por enquanto minha programação está assim:
Dia 3, às 11h: bate-papo sobre a escrita e o mercado literário no estande Amazon Kindle, seguido de sessão de autógrafos. É por senha, distribuída uma hora antes do papo.
Dia 3, às 14h: bate-papo da programação oficial da Bienal no espaço Café Literário, sobre literatura fantástica brasileira, na maravilhosa companhia de amigos muito queridos (Paola Siviero, Cristhiano Aguiar e Ana Cristina Rodrigues, a mediadora). Vai ter duas horas de sessão de autógrafos, das 15h30 às 17h30, com distribuição de senha antes do papo.
Essa história de senha para falar comigo é chique, né? Achei engraçado. Nunca integrei a programação oficial de uma bienal antes, então não faço ideia se elas vão acabar. De todo modo, já fique sabendo que, se você for ou dia 1 ou dia 2, eu estarei lá no estande da Companhia das Letras, de onde só arredarei o pé para comer ou ir ao banheiro. Então vá lá me ver, combinado?
Estou empolgada de ir pela primeira vez a uma Bienal do Rio, e um pouco nervosa porque também é minha primeira bienal como autora em que meus livros estarão no estande. Não faço ideia do que esperar!
Devo ter sessão de autógrafos no estande da própria Companhia, mas ainda não recebi os horários. Aviso por aqui e no meu canal do Telegram assim que souber, e nas redes sociais mais perto da data.
FINALMENTE trago aqui algo que prometi há tempos: um capítulo de Árvore cortado, pdv do Tadashi (recentemente apelidado de rei do vrumvrum pela Luana no twitter).
Era um dos meus capítulos preferidos, e tive de abrir mão dele, com muita dor no coração, por causa de alterações no enredo. Você vai notar que o Tadashi mudou de especialização na versão final, e que certo Caio era personagem em cena, bem como Benjamim, em vez de apenas nomes do passado.
O contexto é (SPOILER!): parte 3, com lealdades questionadas, Diana e Yoko sumidas, Tadashi reaparecendo e conversando com Miguel, Tiago e Mayara.
Hã… Bom, vocês pediram pra eu contar tudo desde o começo, então senta que lá vem história. Talvez eu fique meio incoerente… Tô virado há dois dias. E essa notícia agora… Puta merda.
Então, o começo… Hum. Meu ex é um geneticista brilhante, não sei se você sabe, May. Eu tava na casa de Parelheiros um dia de manhã, trabalhando na prestação de contas da FAPESP, quando ele me ligou. Ele puxa assunto de vez em quando, então nem estranhei. E relatório financeiro da bolsa é um troço chato demais, então atendi sem remorso.
“E aí, JT?”, ele falou, e eu fiquei meio assim. “Acabaram de me mandar uma amostra de DNA pra analisar e você não vai acreditar na coincidência! É de um Caio Floresta. Não é aquele pesquisador, parente do namorado da tua irmã?”
O Benjamim tava falando com um ar meio brincalhão, puxando papo. Se fosse outro dia, outro assunto, era capaz da conversa desaguar numa troca de nudes e sexting, porque eu não aprendo. Mas achei estranho mandarem material do Caio justo pra ele analisar. O Benjamim faz mapeamento de gene; não tá trabalhando com paciente de COVID. Daí perguntei o que queriam analisar, e ele: “uma mutação genética não-carcinogênica, dá pra acreditar?”
Bom, claro que dá. Eu só não podia explicar pra ele, muito menos por telefone, e foi aí que eu saí correndo de Parelheiros com a desculpa do problema nas amostras da minha pesquisa. O Miguel percebeu que eu menti, lógico, porque não ia ter envolvimento do Benjamim em nada relacionado com as minhas abelhas. Pra ele eu falei que deu problema nas amostras de uma colega pra quem eu devo um favor. O pessoal de fora das Biológicas não ia entender o esquema de troca de favores de um laboratório, mas o Miguel sim, e usei isso pra não levantar suspeitas.
Saí sem falar a verdade pra ninguém. Não queria causar preocupação sem confirmar se era isso mesmo, entende? Podia ser um engano. Ou o cara ser outro Caio Floresta. O Benjamim não entendeu a minha agitação e eu não podia explicar. Não por telefone. Então fui encontrar ele.
Pra resumir, quando o Benjamim começou a analisar a amostra, eu tava lá com ele. Então vi a surpresa na cara dele antes de ele virar pra mim e perguntar: “o que é que eu tô olhando?”. Não dava pra dizer que eu não sabia, né? Eu tinha ido lá. No meio da pandemia. E tava com a síndrome da perna inquieta enquanto esperava, e agora ele tinha encontrado alguma anomalia.
Isso me disse que a amostra vinha do Caio, não de um Caio. E aí eu decidi ir ver ele no hospital. A gente só recebe notícias dele quando os médicos avisam de alguma mudança, e as visitas estão proibidas. Pela primeira vez me ocorreu o quanto gente filha da puta pode se aproveitar dessa situação caótica pra ter vantagem sobre gente como os Floresta. Ainda mais que vocês estão sendo vigiados há um tempo, pelo visto.
Não contei tudo pro Benjamim, só que o Caio em tese tá internado com COVID e eu suspeitava de tarem usando ele como cobaia. Precisei enrolar muito pra ele desistir de detalhes. O pedido da análise não veio de nenhum hospital, e sim de uma clínica. Então deixei ele trabalhando e fui pro HC.
Foi difícil conseguir acesso ao Caio, ainda mais sem ser parente. Levei uns dois dias procurando em qual parte ele devia estar internado. Se meus pais não trabalhassem no Hospital das Clínicas, eu não ia ter conseguido. E mesmo assim foi foda chegar até lá, naquele lugar enorme. Ainda bem que jaleco branco é o que não falta em casa.
O cara que tá se passando pelo Caio é até parecido com ele, regula idade e tudo mais. E com um tubo enfiado na goela, fica difícil não confundir, ainda mais se você considerar o inchaço da medicação. Só que os Floresta têm todos uma característica em comum, que não dá pra disfarçar com intubação e inchaço: esse ossinho saltado na ponte do nariz. Traço árabe. Judeu. Sei lá. Só sei que o paciente internado com COVID naquela cama tem um nariz de batata, e não fino, e a ponte do nariz retinha em vez de aquilina.
Claro que na hora eu pensei em ligar pra vocês dois, mas em vez disso tirei foto dos prontuários pra saber quando trocaram o Caio. Ele foi internado lá; eu lembro do Ti contando que acompanhou ele pra fazer o exame quando perdeu o olfato e começou a ter falta de ar. A chapa do pulmão dele deixou o plantonista desesperado e decidiram internar na hora, não foi? Eu lembro bem. Ficava pensando nos meus pais convivendo com isso todo santo dia.
E, se trocaram um paciente internado lá dentro, contaram com a ajuda de funcionários. Dá pra entender o pânico de vocês: a ameaça existe, é inegável, e a gente não sabe de onde ela vem…
E foi por isso que eu tirei fotos de todos os prontuários e me mandei dali rapidinho. Eu sabia que alguma coisa ia indicar o dia da substituição, e até conseguiria achar sozinho, mas agora era uma corrida contra o tempo. Eu precisava ter certeza das coisas o quanto antes pra gente montar um plano de ação, achar o Caio e resgatar ele. Pra isso, só com a ajuda do Benjamim, e ele não ia quebrar sigilo contratual sem nenhuma prova de que tem mesmo algo errado. Só a pulga atrás da orelha não ia adiantar.
Daí eu pedi ajuda pros meus pais. Lá no HC, no quarto de descanso no meio daquele plantão louco de 72 horas. Falei mais ou menos a mesma coisa que pro Benjamim. Meu pai tirou sarro. Falou que tô vendo filme demais. Só que ele me levou a sério quando bati o pé que aquele cara não era o Caio. Nós três começamos a estudar os prontuários e ficamos um tempão nisso.
A minha mãe achou a discrepância primeiro: uma contagem de leucócitos que tava baixa demais de uma hora pra outra, ainda mais considerando os medicamentos que ele tava tomando. Depois dessa, foi fácil achar as outras. E meu pai ficou chocado com uma prova tão irrefutável de que o Caio foi mesmo substituído. Lógico que se apavorou. Queria abrir investigação administrativa, chamar a polícia.
Minha mãe ajudou a convencer ele a esperar e averiguar tudo por baixo dos panos. Eu tava pensando na vida do Caio e como fingir não saber de nada ia ajudar a ganhar tempo pra salvar ele. A minha mãe pensou no quadro geral: imagina o pânico da população de saber de uma coisa dessas acontecendo no maior hospital da América Latina? Ainda mais com a presidência alimentando fake news sobre a COVID e aproveitando qualquer teoria da conspiração pra fortificar a postura negacionista. Além do mais, isso não aconteceria com qualquer paciente. Ela percebeu na hora que o Caio é alguém especial e que eu sei por quê.
Prometi explicar depois. Quando me despedi deles, os dois tavam combinando de avaliar os prontuários de cada paciente internado sempre que tivesse alguma calmaria no trabalho. Acho que não vai ter caso igual, mas achei responsável da parte deles.
Quando mostrei pro Benjamim as discrepâncias nos prontuários, ele ficou chocado. E daí pediu pra eu contar a história toda, mas entendeu quando falei que não posso decidir isso sozinho.
Procurou os registros da tal clínica que contratou a análise. É um cliente novo do laboratório. Amanhã ele vai ligar lá e dizer que a amostra tá corrompida pra ver se consegue alguma pista do lugar onde estão mantendo o Caio. Vamos esperar.
Tive a oportunidade de visitar algumas livrarias para apresentar meus livros aos livreiros, e foi uma experiência maravilhosa. Deixei alguns exemplares autografados em algumas delas e em outras, porque tem sido incrível fazer uma peregrinação nas lojas e encontrar livros meus. Na maioria, estão de lombada na estante, porque já faz tempo do lançamento e os livros só ficam expostos meses depois quando são best-sellers absolutos.
Mas também achei pilhas dos meus livros em algumas! Na livraria Drummond, na Paulista (Conjunto Nacional, onde antes era a Cultura geek), tinha um monte de Árvore Inexplicável, dos quais autografei cinco. Na Vila do shopping Pátio Higienópolis (onde bati papo com os livreiros) e na do JK Iguatemi (idem) também deixei alguns.
Sexta fui à Martins Fontes Paulista, casa dos meus lançamentos até hoje, e tinha uma pilhona de Árvore bem exposta do lado do caixa, e outra de PB, na seção de literatura fantástica. Autografei 14 do primeiro, 10 do segundo e ainda de quebra 5 Senciente (que está super difícil de encontrar impresso, pois os exemplares estão se esgotando)! Foi bem legal, e a loja vende esses livros por whats, como anunciou no Instagram.
Olha aqui o whats da MFP, pra quem quiser!
Uma autora que encontrou uma pilha de livros seus não quer guerra com ninguém :D
Você me leu até aqui, provavelmente no aguardo de satisfações sobre o andamento de Ísis 2.
Como já falei em outras ocasiões, ainda estou retrabalhando o livro, agora quase no fim. Mas demoro a cada capítulo, porque escrevi essa parte rápido para terminar a primeira versão, só que estava com problemas demais para enviá-la à editora. E o livro está enorme. Só pra você ter uma ideia, PB (sem os extras) tem 65 mil palavras. PB2 está com 115 mil (e subindo). Não sei qual vai ser o tamanho final, pois algumas coisas devem ser cortadas, mas um livrão com uma investigação intrincada desenvolvendo os relacionamentos das personagens não pode ser concluído às pressas, e por isso estou demorando tanto.
Mas saiba que, quando entregar, terei colocado todo o meu melhor nele, toda a minha energia do último ano, desde que transformei as sessenta páginas com que vinha trabalhando, escrevendo e apagando, após a publicação do primeiro.
Aqui vai um trechinho do que editei ainda ontem, do capítulo 34, que nem sei se vai ficar na versão final, mas espero que sim. Ceninha doméstica.
Fitei meus apontamentos. As letras começavam a se embaralhar, o que devia ser um sinal para largar a investigação por ora.
Eu punha o fusili na água fervendo quando Victor surgiu na sala, irradiando em rajadas aquela angústia debilitante. No mesmo instante, veio à cozinha, onde eu mexia o macarrão para não grudar, na cena mais doméstica do mundo. Sua cara estava ainda pior do que a aura, mas toda a sua postura relaxou quando, depois de me avaliar da cabeça aos pés, seu olhar encontrou o meu.
— Oi. — Dei um sorriso cansado. — Chegou bem na hora.
— Eu ia preparar o jantar — informou, avançando para pôr a mesa e espiando o inquérito ao avistá-lo. — Achei que ainda não tinha chegado. Só vi agora seu e-mail com o relatório. Por que não mandou mensagem? Já foi no hospital?
Contei sobre o prognóstico de minha médica, notícia tranquilizante. O humor ficou quase leve quando nos sentamos para comer. A história do cemitério havia alcançado seus ouvidos por múltiplas vias, mas ele quis a minha versão. Papo ótimo para acompanhar o jantar.
Se você curtiu a news, o Tadashi, a espiadinha em PB2, comenta nas redes ou aqui o//
Só notícia boa! Muito bom ler o capítulo de arvore inexplicável e dar uma olhandinha em PB2, tava com mts saudades de te ler
amei os 5 exemplares de Senciente Nível 5 hahahah! assim como essa coleção de notícias boas, e principalmente os spoilers👀👀
muito legal poder ver a mudança entre o que foi cortado e o que chegou na versão final de Árvore Inexplicável.
tbm já tô hiper animada com PB2 que realmente tá GIGANTE hahaha olha eu adoro pertubar por notícias desse queridinho, mas que fique claro que pode tomar o tempo que precisar, lançando hoje ou em 10 anos vamos amar de qualquer forma🫶
grande abraço, Carol! torcendo por tantas outras notícias boas pra vc :))