Porém Carol Chiovatto

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Acabei PB2, e agora?

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Acabei PB2, e agora?

O fim de uma jornada é o começo de outra

Carol Chiovatto
Mar 27, 2023
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Acabei PB2, e agora?

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Semana retrasada postei nas minhas redes e no meu canal do telegram que, finalmente, depois de três anos e muitos meses (atravessados por uma pandemia, um doutorado e uma mudança de país), acabei a prometida continuação de Porém Bruxa. Mas, na prática, o que isso quer dizer?

Fechei o manuscrito. Não é o rascunho zero — como eu chamo a versão completa sem nenhum tipo de edição — porque esse livro me exigiu muitas idas e vindas, pausas, revisões, reescritas, cortes, acréscimos. O conjunto de trabalhos e retrabalhos conhecido como “edição”, embora mais pesada do que de costume dessa vez. Nesse caso, autoedição, porque ainda é um texto sem contato externo (exceto minha irmã Adriana, é claro, a quem sempre recorro em momentos de crise). Resumindo, fora os três últimos capítulos, pendentes há tempo demais para o meu gosto, tudo no livro foi lido e mexido pelo menos seis vezes, das que contei, fora releituras pontuais.

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Por isso falei (no Twitter e no Instagram) em mandar um livro recém-finalizado para a editora na mesma semana: ele não é — está bem longe de ser — um rascunho zero. Estes últimos são, por natureza, mal acabados, e submetê-los geraria um monte de dificuldades desnecessárias, inclusive atrasando o resto do trabalho editorial. Um dia falo mais a respeito.

Mas, EIS QUE, enquanto fazia uma última leitura (em voz alta), algo aconteceu.


Percalços

Eu estava no capítulo 13. Como eu e meu marido moramos num estúdio, o coitado não tinha escolha além de ficar no mesmo cômodo, fazendo as coisas dele, mas me ouvindo toda vez que tirava o fone. Num desses momentos, ele vira e me pergunta: “Carol, mas por que a Ísis agiria assim, se o modus operandi dela normalmente é outro?”

Excelente pergunta. Na hora, falei: “não, imagina, é por causa dessa circunstância especial aqui”. Mas ele tinha razão.

O problema foi que a cena em questão estava relacionada com uma parte do caso. A Ísis tinha chegado lá por causa de algo que aconteceu no capítulo 11. Que só era possível por causa de um acontecimento no capítulo 4. Mas o do capítulo 4 sim, não era, DE JEITO NENHUM, algo que a Ísis faria. E isso me incomodou, porque eu dependia desse acontecimento para outra parte da investigação se desenrolar. Essa outra parte era basicamente o motor de tudo o que vem depois.

Gravei um Tiktok/ Reels engraçadinho sobre isso na hora, porque sou brasileira e não desisto nunca, então rio da desgraça antes de tentar consertar.

Cenas de dor e sofrimento

No fim, sabe que a situação não estava tão desesperadora quanto pareceu a princípio? Umas duas horas depois eu já sabia como resolver mantendo tudo o que eu precisava que acontecesse no lugar. E no final do dia já tinha feito as mudanças. Mas, olha, ralei. Apesar de ter atrasado tudo, foi melhor assim. Um livro não pode ser apressado, senão sai ruim.


Quais as próximas etapas?

Depois de terminar, envio para a editora. Meus editores leem, sugerem mudanças, discutimos para alinhar minha visão com a deles, eu decido quais vou fazer e quais não. Após eu mexer, volta para eles, que aprovam (ou não, caso em que a primeira parte se repete) e mandam para uma pessoa (te amo, Luiza) que vai coordenar todo o processo envolvendo preparação de texto, revisões, diagramação. A cada etapa, o texto volta para mim, mas só releio na íntegra após a preparação (que tende a mexer mais) e a diagramação (quando vem a versão final a ser impressa). Inclusive, registro minha profunda gratidão a todes que não me xingaram — pelo menos não na minha cara hahaha — quando mudei um parágrafo inteiro depois de tudo pronto.

E para que estou explicando isso ?

Porque tenho a felicidade de ter leitores ansioses para ler. Eu mesma estou roendo as unhas. Mas você bem pode imaginar que esse processo todo toma tempo, fazendo com o cuidado devido, e o que pode parecer longe para a maioria (a Bienal do Rio, por exemplo) está aí na esquina, de um ponto de vista editorial.

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Porém Bruxa & a sequência misteriosa

Antes de começar a última revisão integral para enviar o livro à editora, reli Porém Bruxa na nova edição, junto com os contos, para conferir ~detalhes e como falei de ~certas coisas.

Foi pura diversão (a edição está maravilhosa, com uma diagramação muito gostosinha). Em vários momentos, tinha lá uma frasesinha despretensiosa, lançada no meio de um parágrafo onde outro assunto era o foco, e eu só MUAHAHAHA se as pessoas imaginassem onde isso aqui pode desaguar…

(até desenvolvi algumas no conto “Agora Diplomata”, no final do volume, mas o buraco é tão mais embaixo hehehe)

Eu obviamente já imaginava que Valentina estivesse metida em alguma encrenca de ordem mágica, ou não teria atentado à reportagem na televisão do barzinho. Dito isso, ir atrás de um bruxo que ocultava ativamente uma criança trazia à mente possibilidades terríveis demais de se considerar. E ainda por cima precisaria reportar o fato ao Conselho. Que bosta. Não daria para esperar Helena conversar com o delegado. A vida da menina corria perigo, independentemente do propósito do sequestrador. Apanhei meu anel de energia e um amuleto, além de algumas poções que poderiam ser úteis. Tive de trocar de calças e vestir uma largona, estilo militar, cheia de bolsos. Calcei um tênis de montanha, vesti um sobretudo corta-vento e fiz uma trança, que depois enrolei num coque e enchi de grampos. Nada atrapalha mais num momento de ação do que cabelo solto. Contando apenas com a sorte e um arremedo de plano, peguei um táxi para a casa de Valentina. Localizava-se no Morumbi, não muito longe da escola bilíngue onde a menina estudava. Só de pensar no trânsito da região àquele horário, minhas entranhas se remexiam. Helena respondeu à minha mensagem com várias exclamações. Depois disse que não aguentaria esperar até de noite e que seria bom já ter falado com Jorge quando fosse ver o delegado André Schmidt. Por isso, havia ligado e marcado de encontrá-lo ainda de manhã. Adorei a ideia; também estava ansiosa para descobrir o que o motorista diria sobre o sumiço de Denise. Helena não o informaria sobre a acusação de Pedro, apenas o fato de o menino haver notificado o desaparecimento da mãe. Por ora, uma questão a menos com a qual me preocupar. Voltei a me concentrar em Valentina. Tinha de me preparar para uma série de inconveniências, como a provável presença da imprensa diante da casa, por exemplo. Mesmo a entrada dos fundos devia estar sendo vigiada pelas câmeras ávidas por notícias em primeira mão. Via de regra, o Conselho desejava o máximo possível de anonimato aos monitores. Ser fotografada entrando na casa do casal Bittencourt ou sendo escorraçada de lá estava fora de cogitação. Usar magia para entrar sem ser vista e sem ter sido convidada, em plena luz do dia, era pedir para levar um esporro. Paciência. Causas desesperadas pedem medidas desesperadas, já dizia o ditado. De longe avistei os carros das emissoras de televisão e rádio estacionados no quarteirão da casa. Pedi ao taxista para ficar na esquina mesmo. Imensos muros cobertos de hera e encimados por cercas elétricas de alta voltagem cercavam o casarão. O portão da garagem era um contínuo sólido de madeira, bem como a entrada de pedestres da frente e a dos fundos. O tipo de casa superprotegida semelhante a uma prisão, embora de luxo. Preparar uma distração para os jornalistas de plantão iria requerer menos sutileza do que eu gostaria. Revirei o anel de energia no dedo, me preparando. Usava-o um pouco todos os dias para acumular ali uma parcela da minha força vital. Um dos artefatos bruxos mais trabalhosos de se produzir e, portanto, muito caro. Minha mãe havia me dado de presente quando o Conselho me admitiu em seu quadro de monitores e me enviou a Santos. Era ela a monitora de São Paulo na época. Sacudi a cabeça para afastar as lembranças antes que elas me levassem ladeira abaixo. Coloquei o amuleto no pescoço e o ativei com uma onda de energia, causando a imediata suspensão de funcionamento em todos os eletrônicos num raio de cinquenta metros ao meu redor. Caminhei casualmente como se fosse uma transeunte qualquer, com as mãos geladas nos bolsos do sobretudo, cantando baixinho as palavras do feitiço que distrairia a imprensa. Esperei até chegar à calçada da casa, quando minha presença deu pau no equipamento dos jornalistas, e, justo quando o desespero se alastrava entre eles, fiz o chão tremer mais adiante, o suficiente
Nessas páginas aqui tem uma dessas. Você adivinha qual?

Terminei Ísis 2 neste caderninho per-fei-to da Flame Tree, uma das minhas marcas preferidas:

Além de tudo tem pautas enormes. Acho que vou acabar rapidinho :D:

Esse eu ganhei para fazer uma postagem promocional no Instagram, então se você puder deixar uma curtida e um comentário por lá vou ficar feliz. Tirei as fotos num parque lindo de Lyon que descobri nesse dia!


No que vou trabalhar depois de acabar?

Preciso botar textos acadêmicos no topo das prioridades, mas tenho objetivos lunáticos para 2023, dentre os quais resolver livros que estão em diferentes fases, desde projeto a reescrita, passando por obras em 50% ou 70% do rascunho zero. Depois conto mais sobre essas…

Mas aí eu estava revisando Ísis 2 e outro livro se intrometeu nos meus planos…

O QUE SERÁ??? (legenda alternativa: eu devo ter algum problema)

Quem está no meu canal do Telegram já viu essa foto antes!

Mas, claro, para pôr esse tanto de livro no mundo, os que já existem precisam mostrar para a editora que vale a pena. Se você puder me ajudar a criar/ manter o hype (falando nas redes, deixando resenha no Skoob/ Goodreads/ Amazon) e compartilhar essa news (se ela te empolgou), já me ajuda muito!

Um beijo e um abraço apertado!

P.S.: quando a nova edição de Porém Bruxa entrou na Amazon, fundiu-se com a antiga. De 1201 avaliações, fiquei com 151 (que, agora, subiram para 172). Se você já tinha avaliado antes, me ajudaria muito dar uma olhada se ainda está lá e, senão, deixar ao menos as estrelinhas!

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Vanessa Guedes
Writes Segredos em órbita
Mar 27Liked by Carol Chiovatto

eu adoro acompanhar esses detalhes do processo de escrita do romance! continua postando 😀 e boa sorte com a edição 🥰

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Heloise
Mar 29Liked by Carol Chiovatto

Muito bom saber que não era impressão minha esse negócio de ~frases despretensiosas~ e eu adoro que você gosta de judiar da gente

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